segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Plenitude

Quero arte
            poesia
Quero reavivar a memória da essência
Quero a libertação dos quereres
Quero reconfigurar as regras
Quero a libertinagem dos anseios
Quero descoagular as utopias
como sangue jorrando da ferida refém.


Quero arte
            prosa
Quero flexibilidade descomprometida
Quero amores vívidos
Quero incondicionar os desejos
Quero aversões e inversões
Quero sagacidade criativa
transbordando dos meus poros coloridos.

Quero arte
            melodia
Quero desobstrução construída
Quero centrifugar os preconceitos
Quero amores desejantes
Quero alma autêntica
Quero ressignificar os objetos
e viver eu mesma - eu também.

em Branco

A memória das esquecidas letras
Angústia: dedos paralisados
Entidades íntimas perdidas
intocada-mente arranhada(s).

Versos perambulando
pelos corredores coletivos
escapam-me escorregadios pela janela.

O amanhã não guarda poesias
                                                      de instante
O depois faz perder a alma
                                                das palavras

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Mano Velho

Só a lucidez do tempo é capaz de analisar os  meandros e nuances da vida.

Almoçada

Lentamente ela cortava e abocanhava
Os dentes e a boca ao mesmo tempo: contorcida
Tique sincronizado
Enquanto ativamente atuavam garfos e facas descontínuos
esforçando-se

Pedaço de doze por três por oito
As rugas ressaltavam o movimento
O sangue ainda exalava
pela maior parte do seu interior

Os óculos apenas refletem o que a cerca
enquanto pés e joelhos repousam
inquietos na cadeira vazia da frente

Ao fim, sobram todos os cantos bem passados.

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Gula

Os pés não querem fazer disfarce
inclinam-se errantes nas curvas da pele

Sussurros de ouvido afetam-me os pêlos
goles de vinho espalhados pela cama

Dos poros exala o feitiço
e um trago apenas não me basta

 - O chá da manhã já está servido.

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Flor essência

Desenamorei-me na primavera
há dois dias de completar mais dias

Os botões destarracharam
descolorindo o meu lindo quadro
antes mesmo que, ao acaso, o acabasse

Os doces já não são fartos
rasteiraram-me sem fiança
destricaram-se as portas
não inventaremos mais segredos do passado

O valor do (meu) amor
não é pó e nem aliança
Meu amor tem sim uma flor
que não quer ser rabiscada
pelos maltratos de qualquer criança

Mas outras flores já ameaçam abrir
Estamos apenas no começo do avesso
de um intenso colorir.

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Manual da Separação

O não abraço é apenas um passo
Mal dado, amassa o que ainda não acabou.
Elabore o discurso, se não sabes fazes uso
Os prantos não são seus:
e os laços somente meus?

Sejas objetivo
e olhe para o próprio umbigo
Difícil nesses olhares
encontrar em ti abrigo
                                 amigo

Não tenhas destreza
e num tom de requinte, se ponha à mesa
quando muda, apenas lhe propor um convite

Tal insensibilidade
mesmo quando sem maldade
dá um nó, mas sem alarde
desinventa o nosso Segredo.

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Cola da Boca

As idéias surgem borbulhas, não mentem
Tímidas: não querem sair pela boca falada
E sem terem onde e como serem riscadas,
empacam sem graça na boca travada.

Há coisas que a palavra falada não quer dizer
- Ficam coladas na boca calada
Não há como empurrá-las para o lado de fora.

Sem ter como fazer essa tarde florescer
a angústia sem fim tem portanto seu querer
de não ir-se embora sem ao menos escrever.

Na gaveta! Pode ser...
Escondida no cesto, queria ver
Nunca se poderá deter certos desvaneios
sem tê-los experimentado de lado:
-São tantos os versos sem doer.

terça-feira, 21 de setembro de 2010

Rever-se

Quando, pretensa de mim, hesito a pensar
que tenho controle sobre o sentir da vida
Tudo revela-se a si:
milaborante aos olhos
e incerto à mente
- Estocástico amor.

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Enguiço misturado

Farelo de trigo,
farinha de milho,
folha de babaçu,
casca de arroz,
e calcáreo moído.

Ai, mas se esse menino
do coco raspado e do couro encardido
peneirar que nem feijão
o meu gostoso cozido
juro que me intrigo
e não por pirraça, mas sim por castigo
jogo o feitiço e dou nó nesse fuxico.

Ao Mestre

Contos, Flores, Cores
numa cena transformada
pelo olhos da menina
que tão cedo é deslumbrada
Pelos encantos do mundo
pela magia da arte
de mãos dadas seguem
através do conhecimento
sem fim
Prazer!

terça-feira, 17 de agosto de 2010

êta, Cara Careta

Faço careta para os Caretas!
Que saboreiam-se mais com os rótulos
do que com os sabores
Que se afetam em cumprir as regras
ao invés de torná-las úteis
Que reclamam da chuva e do sol,
não percebem a beleza do diverso
e são inertes à diversidade da beleza
Que não vivem a surpresa do inesperado
mas reclamam a monotonia da rotina
Que vivem para cumprir padrões
e tomam pílulas para aguentá-los.

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Dias Sim

Há quem diga que os loucos
vivem mais que outros poucos
Ao invés da agonia
transbordam n'alma a Alegria
do Sol nosso de cada dia.

Se a dúvida, por fim, me guia
de noite, na cama, na sala vazia
só por garantia
Elegi essa tal de Loucura
para ser minha companhia.

Dia sim, dia sim
essa menina-moleque malina
brinca com a tarefa
da surpresa de todo dia.

BioBar

Vi - verei

Na vila velha, meu velho
eu vivi de ver você
Passo no velho
                       passo
no entardecer De Novo céu.

Vê-lo velho, meu velho
faz reaviver cada vez
NOVA_mente
a lembrança do sim,
sei; sem viver.

Na vila, meu velho São Jorge
um dia hei de rei viver!

"In" Certezas

A cada instante da espera de todo dia
encontro com quem menos procuro
na existência mais exagerada do tempo.

Minutos avassaladores
segundos de Êxtase
milésimos de incertezas
há horas de procura...
por aquilo que nem sei
Direito da Existência

E o melhor:
Será que seria capaz
de (Re)conhecê-LO


Amor às raízes

Macaquices morro abaixo

De cima, De lado, Por baixo!


Pelos raios

Via - JÁ

Caminh-ar

Vida Moreresca

Aquele que Não


Cansei de ouvir o não!
Ao redor há gritos
emudecidos dizendo Sim

Mas bem baixinho vou ouvindo
e acomodando os meus ouvidos
a esquecer da voz de costume
que ainda doce e desvairada
só diz não à pessoa amada

E percebo a suavidade 
o toque de um anjo
que tão devagar e  firme
surpreende com nova linguagem
repleta de sutis gentilezas
- sensibiliza os ouvidos já surdos
e cansados do não-sim
sempre como se fosse a última voz
                                              (Vez)

Àquela

Uma vontade acanhada de olhar
O calor formigante...
Ao pensar em encontrar,
o mistério da descoberta
                     do encanto
O receio de descobrir
                   outro mundo
Que há muito tenta gritar
Para o próprio peito ouvir
Mas a vibração ainda é surda
Ou se finge de muda
Pelo simples medo
de sentir existir.

Fim de Tarde

Um choro, um livro, um encanto
um lançamento surpresa
uma visita de São Jorge
um cheiro de chamego
um Sol com muita Arte

A montanha se move sempre na direção certa
e o que me resta?
 - um beijo com gosto de reencontro!


                 tudo do pouco já dá até saudade...

Motivação

Exercitar-se é a ALMA do negócio! 

Pensei que preciso exercitar minha habilidade de escrever sobre a vida.
E assim, como eu sou, repentinamente... será feito!

O intuito maior é poder compatilhar com amigos os pensamentos de todo dia...

A-guardo idéias!