sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Encarnador

Dores distintas abrigadas
no mesmo delírio automático
Homens estourados
na desfantasia dos abadás
Beijos espalhados se perdem
nos bueiros entupidos
Sangue e suor se dissolvem
na multidão surda, emudecidos

Antigos goles catados em alumínios já quentes
Igualdade embriagada de decibéis indiscerníveis
Miscigenação hipermétrope usa lente divergente

Palcos e espumas compõem
o mesmo cenário nas câmeras do mundo
Distantes e uníssonos trabalham
reconstruindo o mesmo rito dos anos que vêm

Risos encordados não sabem onde seguir
Enquanto ordenham milhões por cada máscara de folia
comprada

Ressalvo:
 - Pulem!
 - Corram!
 - Paguem!
 - Morram!

 - Salvo, Salvem!
o carnaval de Salvador

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