Dores distintas abrigadas
no mesmo delírio automático
Homens estourados
na desfantasia dos abadás
Beijos espalhados se perdem
nos bueiros entupidos
Sangue e suor se dissolvem
na multidão surda, emudecidos
Antigos goles catados em alumínios já quentes
Igualdade embriagada de decibéis indiscerníveis
Miscigenação hipermétrope usa lente divergente
Palcos e espumas compõem
o mesmo cenário nas câmeras do mundo
Distantes e uníssonos trabalham
reconstruindo o mesmo rito dos anos que vêm
Risos encordados não sabem onde seguir
Enquanto ordenham milhões por cada máscara de folia
comprada
Ressalvo:
- Pulem!
- Corram!
- Paguem!
- Morram!
- Salvo, Salvem!
o carnaval de Salvador
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